terça-feira, 17 de agosto de 2010

Ministério da Saúde teme que Den 4 cruze fronteiras

Publicada em 19/10/2007 às 23h11m
Carolina Brígido e Cláudia Lamego - O Globo
BRASÍLIA - O Ministério da Saúde está preocupado com o risco de chegar ao país um novo sorotipo da dengue, denominado Den 4. Trata-se de uma variação do vírus da dengue com o qual os brasileiros ainda não tiveram contato, mas que já se manifestou em países que fazem fronteira com o Brasil, como a Venezuela. Como não se pode eliminar o risco, o Ministério da Saúde tem feito o controle de casos da doença para detectar eventuais ocorrências do Den 4, que pode ser trazido por turistas contaminados ou mosquitos transportados em cargas. (Teste seus conhecimentos sobre a dengue)
O governo federal já reconhece que há uma epidemia de dengue no país hoje, mas, se o Den 4 conseguir cruzar a fronteira brasileira, a situação epidêmica pode ficar ainda mais grave. Apesar de todo o território nacional estar em perigo, existe atenção especial do governo com o Rio de Janeiro, um dos principais destinos turísticos do país.
Três sorotipos da doença já são conhecidos dos brasileiros: o Den 1, o Den 2 e o Den 3. Atualmente, mais de 90% das pessoas que adquirem dengue são contaminadas pelo terceiro tipo de vírus. No entanto, em Belo Horizonte, nunca houve epidemia causada pelo Den 3. Por isso, a população está suscetível a esta variação da doença, e a cidade foi eleita prioridade do governo no próximo verão.
Especialista diz que criação de vacina deve demorar dez anos
Para o epidemiologista Roberto Medronho, professor do Núcleo de Saúde Coletiva da UFRJ, o Ministério da Saúde, sozinho, não é capaz de erradicar a dengue. Segundo ele, para vencer a epidemia de dengue é preciso medidas a longo prazo em áreas como saneamento básico e ordenamento urbano. A curto prazo, é preciso combater o mosquito, por meio de campanhas educacionais e de visitas dos agentes de saúde aos domicílios para eliminar os focos. Segundo ele, sem essas ações combinadas, o país vai conviver por até dez anos com a dengue:
Medronho, que participou esta semana do Seminário Internacional de Novas Tecnologias para Prevenção e Controle da Dengue, disse que, numa previsão otimista, a criação de uma vacina contra a dengue ainda deve demorar, pelo menos, dez anos.

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